Zumbi vive. Dia nacional da consciência negra é comemorado neste domingo

Por Elizeu Junior
Institucional
20 de novembro de 2022

Data surgiu em 20 de novembro de 1971 e simboliza a resistência contra o racismo e todo tipo de preconceito. Fenae apoia a luta dos negros por um Brasil multirracial

Celebrado neste domingo, com força e resistência, o dia 20 de novembro é um símbolo para todo o movimento negro do Brasil. Não só pelo Dia Nacional da Consciência Negra, mas também por marcar a morte de Zumbi (1655-1695), herói da luta pela liberdade e contra a opressão e o racismo. Zumbi foi o principal líder do Quilombo dos Palmares, fundado em 1597, em Alagoas. Foi ali que floresceu o principal território livre à época da escravidão, no período do Brasil Colonial.

A data surgiu em 20 de novembro de 1971, durante encontro de militantes negros em Porto Alegre (RS), para ecoar que Zumbi vive.Desde então, o Dia Nacional da Consciência Negra representa um marco na luta de uma vida toda contra o racismo no Brasil, ao mesmo tempo que denuncia o mito da democracia racial, a violência policial e a pobreza da população negra. O momento é importante para a reflexão, denúncia, mobilização e resistência contra todas as formas de discriminação. País afora, a comemoração da data é uma referência da luta pela igualdade racial.

Em 2011, por iniciativa da então presidenta Dilma Roussef (PT), a data foi oficializada como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Há ainda uma lei federal que torna obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira em escolas públicas. Essas ações estão sintonizadas com o que preconiza a Constituição Federal de 1988, que, em seu artigo 3 – inciso 41º, afirma o seguinte: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

Mesmo com todo o esforço político para construir uma nação democrática e plural, as raízes profundas de séculos de escravismo continuam dando estranhos frutos. Os negros morrem mais cedo, têm menos acesso ao ensino superior, realizam trabalhos piores e possuem renda mais baixa. São frequentemente vítimas de todo tipo de discriminação. Representam ainda o perfil da população carente e vulnerável e são maioria no grande exército industrial de reserva, oprimidos pelo desemprego e pela precariedade.

A história dos negros é a maior referência de exploração, precariedade, injustiça e de abusos da classe dominante. “É uma história que se projeta no desemprego, na miséria, na retirada de direitos e de proteção trabalhista e na permanência do racismo”, denuncia Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae). Ele lembra que o racismo aflige a todo o povo brasileiro.

No caso do setor bancário, segundo o presidente da Fenae, a reivindicação é por igualdade de oportunidades, com a contratação de mais negros como forma do sistema financeiro manifestar efetivamente responsabilidade social. Sergio Takemoto avalia: “O racismo se manifesta nos sentimentos, condutas, ações e omissões, incidindo negativamente nas políticas públicas, nas instituições e nas estruturas de poder, operando sempre para manter os privilégios dos grupos dominantes, formados em sua maioria por pessoas de cor branca”.

Ele acredita também ser possível falar de consciência negra no Brasil se houver releitura do passado com os olhos do presente, para mudar o futuro. “Consciência negra é a busca pela memória histórica brasileira, articulada com ação política de desconstrução do racismo. O direito a um passado próprio se confunde com o direito de existir no presente”, reitera o presidente da Fenae.

Para Rachel Weber, diretora de Políticas Sociais da Fenae, o povo negro, alvo de racismo, discriminação e preconceito, luta para conquistar igualdade de direitos e de oportunidades, no mercado de trabalho e no âmbito do sistema financeiro, com acesso da comunidade negra às políticas públicas. Ela denuncia o extermínio da juventude negra e defende a vida das mulheres negras, na perspectiva de uma sociedade sem racismo e verdadeiramente democrática e plural.

A desigualdade e a discriminação de que os negros são vítimas no Brasil são apontadas por Rachel Weber como nocivas à democracia social e econômica. “Em passado recente, uma conquista importante foi a política de reserva de cotas nas universidades, com base no Estatuto da Igualdade Racial. Essas iniciativas, oficiais ou não, fortalecem um amplo movimento por mudanças e são capazes de reafirmar a mobilização por um novo país sem racismo, sem machismo, sem intolerância religiosa e sem discriminação de qualquer natureza”, argumenta.

Fenae: apoio à luta dos negros

Solidária à luta dos negros por uma sociedade sem racismo, a Fenae afirma que existe uma dívida histórica do país para com a população negra, e reforça a necessidade de políticas sociais propositivas, voltadas para a inclusão social dessa parcela da população. A Fenae reafirma ainda uma postura antirracista, seja nas negociações da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) com os representantes do banco ou na sua atuação cidadã, nas ruas e nas redes. Busca-se, assim, a construção no Brasil de uma nação multirracial.

Esse espírito está presente no mês de Zumbi e da Consciência Negra, através de ações disponibilizadas na Rede do Conhecimento, plataforma de educação da Fenae e das Apcefs. Nessa plataforma, a cultura antirracista será tema de curso (https://rededoconhecimento.fenae.org.br/Curso/Index/214-cultura-antirracista)Redecast (https://ead.fenaetransforma.org.br/redeconhecimento/recursos/documentos/subcategoria.php?cat=70)infográfico (https://ead.fenaetransforma.org.br/redeconhecimento/recursos/documentos/infograficos.php). O acesso a essas iniciativas é voltado aos empregados da Caixa que são associados a uma das 27 Apcefs do país.

Ainda em novembro, como parte do apoio da Fenae e Apcefs à luta dos negros e no âmbito do programa Meu Ideal, também foi disponibilizado um desafio sobre consciência negra, traduzido em caça palavras no game do app Viva Fenae/Apcef. Em novembro, existem quatro formatos de desafios: família (quiz – novembro azul), saúde mental (caça palavras – consciência negra), atividade física (jogo da memória – diabetes) e alimentar (quebra cabeças – prevenção a diabetes).

Com isso, a Fenae colabora para reduzir a desigualdade, ajudando a combater o preconceito racial no Brasil, e a valorizar a diversidade de gênero e de etnia. Isto, em relação ao programa Meu Ideal, é feito com corpo, mente e alimentação alinhados para proporcionar uma vida mais equilibrada aos empregados da Caixa aposentados e pensionistas e associados a uma das 27 Apcefs do país.

Informações retiradas na íntegra do site da FENAE

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