Fevereiro roxo e laranja: o primeiro importante mês bicolor do nosso calendário

Por Carolina Marçal
Institucional
24 de fevereiro de 2022

As causas do segundo mês do ano atingem muitos brasileiros, mas a outra grande maioria mal conhece as doenças e suas patologias

Já é mais do que popular a informação de que todos os meses do ano possuem ao menos uma campanha de saúde contra doenças importantes. Mesmo sem ainda existir um calendário oficial dessas ações, hospitais, associações médicas e ONGs (Organizações Não Governamentais) trabalham bastante para levar as principais informações sobre as enfermidades para a sociedade, de forma que conscientize, ao menos 1%, a procurar um médico ou realizar autoexame.

Fevereiro foi escolhido para ser o mês da causa de quatro doenças mais comum do que a maioria pensa em nosso meio, mas que essa mesmo maioria desconhece ou sabe o mínimo.

Fevereiro Roxo

A primeira causa das campanhas é referente a conscientização sobre o Lúpus, a Fibromialgia e o Alzheimer. Não se sabe a ligação da cor roxa com essas enfermidades, mas isso é apenas um detalhe.

A campanha possibilita saber que o que é cada doença e o que a engloba, tendo um alcance maior dentro da população. Assim, a mesma recebe o incentivo necessário para procurar um médico e buscar por algum diagnóstico. A ação foi criada em 2014, na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, e não tem uma data oficial no calendário. Na época, a campanha recebeu o lema “Se não houver cura, que ao menos haja conforto”, já que nenhuma das 3 doenças as quais a campanha se refere tem uma cura, apenas tratamento.

Lúpus

Também conhecido como Lúpus Eritematoso Sistêmico, a doença é caracterizada como autoimune, ou seja, quando o sistema imunológico de uma pessoa passa a atacar seus próprios órgãos e tecidos, como se eles fossem invasores externos. Não se tem informações do origem desta doença, mas é possível afirmar que ela atinge qualquer gênero e idade, mesmo sendo mais comuns em mulheres de 20 a 45 anos. E, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 65 mil pessoas vivem com a doença no Brasil.

O Lúpus pode afetar as articulações, a pele, os rins, as células sanguíneas, o cérebro, o coração e os pulmões. Além disso, seus sintomas são artrite, urina muito espumosa, queda de cabelo, dor de cabeça, inchaço nas articulações, problema de coagulação sanguínea, fadiga severa e inexplicável, dor ou desconforto no peito e dedos esbranquiçados e dormentes em temperaturas mais frias.

Ainda não existe uma cura para o Lúpus, mas o tratamento visa apenas retratar o avanço da doença e aliviar os sintomas.

Fibromialgia

É uma doença pouco conhecida e que normalmente se manifesta como uma dor no corpo, em especial na musculatura. Atinge majoritariamente mulheres entre 30 e 60 anos e apresenta os seguintes sintomas: dores generalizadas e constantes, que costumam durar cerca de três meses; fadiga; dificuldades cognitivas (problemas de concentração, perda de memória, etc); formigamento nas extremidades do corpo (mãos e pés); insônia e apneia.

A patologia se manifesta em alguns principais pontos de dor, como a cervical, o tórax, o abdome, o dorso, a lombar, a mandíbula, o ombro, o braço, o antebraço, o quadril, a coxa e a perna. A fibromialgia também não possui cura e o tratamento ocorre com anti-inflamatório, analgésicos, atividades físicas e acompanhamento psicológico e massagem.

Imagem: Reprodução/Blog Regenius

Alzheimer

Das três, é a mais comum dentro do meio de convivência de cada um. Mesmo assim, ainda existe quem não saiba muito sobre a doença, que se caracteriza como progressiva e degenerativa e afeta a capacidade cognitiva das pessoas, como a memória, o comportamento, a linguagem, a atenção, a capacidade de planejamento.

A maioria dos pacientes têm mais de 65 anos, independentemente da gênero. Ainda não existe uma causa exata para o aparecimento da doença, sendo que 5% dos casos são ocasionados de forma genética e os outros 95% são aparecimentos esporádicos, como depressão, traumatismo craniano, isolamento social e hábitos ruins.

Os sintomas do Alzheimer são separados de acordo com os estágios que a doença vai avançando ou é descoberto no ser humano. A memória alterada, desorientação, alteração da linguagem, aprendizado e concentração, crítica comprometida, normalmente, surgem no estágio inicial, que dura cerca de 2 ou 3 anos e apresenta sintomas vagos, mas que a principal (mas não é a única) é a memória alterada.

Já no estágio intermediário, a maior deterioração de memória (perda de memória em um grau mais elevado); as alterações no cálculo, julgamento, planejamento e abstração; as alterações nas emoções, personalidade e comportamento social e alterações de postura, marcha e tensão muscular são os sintomas mais comuns entre os pacientes.

E no estágio avançado, os indícios da doença são incontinência urinária e fecal; sinais neurológicos graves, como rigidez, convulsões, tremores e movimentos involuntários. Nessa etapa, o tempo é variável e, por isso também, é considerado mais grave. Os indivíduos vivem mais tempo nesta fase, o que ocasiona de atingir outras funções do organismo, levando o paciente até o estado total vegetativo, resultando na morte.

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia afirma que quase 2 milhões de pessoas têm demência no Brasil, sendo 40 a 60% do tipo Alzheimer. O diagnóstico é realizado apenas através de exames médicos. Com isso, manter consultas de rotina em dia para avaliação é primordial.

Mas, existem as formas de prevenção contra a doença. São elas: atividades físicas aprimoradas para cada idade; alimentação balanceada e voltada para alimentos naturais; prevenção de fatores de risco vasculares como controlar diabetes, hipertensão, dislipidemias; evitar tabagismo e álcool em excesso; atividades intelectuais (testes, exercícios mentais, manutenção nas atividades profissionais, programa de reabilitação cognitiva, etc); prevenção das relações sociais e familiares.

Fevereiro Laranja

Por outro lado, existem também a campanha relacionada a uma doença mais conhecida popularmente. A ação de conscientização sobre a leucemia. esta, é um tipo de câncer que atinge as células doentes da medula óssea, local do corpo humano de produção das células tanto brancas quanto vermelhas, e causam o crescimento acelerado e anormal dessas células. Os glóbulos brancos/leucócitos são responsáveis pela defesa do nosso organismo e os glóbulos vermelhos/hemácias são responsáveis pelo transporte do oxigénio e pela cor vermelha do sangue.

A leucemia apresenta uma variedade de sintomas ao corpo humano, entre elas febre alta seguida de calafrios; suor noturno; emagrecimento sem causa aparente; ínguas inflamadas no pescoço, axilas e cotovelos; aumento do baço; anemia que gera cansaço, palidez e sonolência; baixa concentração de plaquetas no sangue; infecções, como candidíase oral, estômago ou pneumonia atípica; dor nos ossos e articulações; manchas roxas na pele; sangramento fácil do nariz, gengiva ou menstruação abundante sem causa aparente; dor de cabeça; náusea; vômito; visão dupla e desorientação quando o sistema nervoso central é afetado.

E, ao apresentar tais sintomas, o diagnóstico é feito apenas com exames médicos, especialmente os de sangue, como hemograma e mielograma. Caso identificada a enfermidade, o tratamento é iniciado com o objetivo de anular as células cancerígenas e retornar à produção das células sadias através de medicação quimioterápica, também conhecida como quimioterapia, ou através de transplante de medula óssea. Em alguns casos, a doença tem cura.

Em caso de transplante, existem dois tipos: 1) autólogo: é aquele que o próprio indivíduo é doador das células-tronco que são coletadas antes que ele seja submetido a sessões de quimioterapia, com a finalidade de destruir a medula doente e eliminar o câncer. 2) alogênico: neste, por sua vez, as células-tronco são de um doador. É sempre investigada a compatibilidade entre membros da família. Caso não tenha, é preciso buscar um doador nos bancos de medula óssea.

O objetivo da campanha Fevereiro Laranja é conscientizar as pessoas sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea. Este tipo de câncer é o 9° mais recorrente entre homens e 11° entre as mulheres. Segundo o InCA (Instituto Nacional de Câncer), para cada triênio são diagnosticados, no Brasil, mais de 10 mil casos novos de leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres.

Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários são leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL). Ainda de acordo com o InCA, aparecem cerca de 2,5%, ou seja, aproximadamente 5.900 novos casos por ano. Esse tipo de doença aumenta sua incidência com a idade, então é mais comum em idosos que em crianças. No entanto, é o câncer mais comum das crianças até a adolescência.

Não se sabe exatamente desde quando acontecem as ações da campanha, mas em 2019 o mês teve a ação instituída por lei. Mesmo sendo uma data recente, não deixa de ser extremamente importante.

Imagem: Reprodução/ Site Richet

“O uso de lacinhos coloridos, inspirado nas ações de conscientização do câncer de mama, é uma forma alegre e de forte apelo visual para chamar atenção sobre a importância de conhecer e diagnosticar tais quadros”. Autor Desconhecido, site Boa Consulta.

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