Não basta não ser racista: é necessário praticar o anti-racismo
Hoje, 20 de novembro, é comemorado o dia Nacional da Consciência Negra, data pensada em homenagem ao dia da morte de Zumbi dos Palmares em 1695. Foi instaurada a partir da lei 12.519 de 2011, em decorrência da pressão de ativistas ligados de grupos quilombolas desde 1970 que lutavam por igualdade de direitos e mais oportunidades à população negra, importante na história do país.
Zumbi dos Palmares foi um grande líder negro na luta contra os colonos escravocratas e se tornou famoso por ser um grande estrategista de guerra e liderar o maior e mais duradouro quilombo (habitações em grupos de negros que fugiam da escravidão) situado no Brasil colônia, com mais de 30 mil escravos no atual estado de Alagoas.
Desde a morte de Palmares muitos episódios de batalhas ocorreram e a pressão contra o modelo de escravatura aumentou consideravelmente no país, mas só em 1888 a Lei Áurea foi instaurada pela então princesa Isabel. Essa lei dava como livre todos os escravos ainda remanescentes no Brasil, que eram cerca de 700 mil na época. O problema é que, mesmo livres, estes eram hostilizados e não tinham oportunidades de estudar e conseguir empregos. Assim, a maioria continuou refém de seus “donos” ou foram morar nas partes altas e mais difíceis de construção nas cidades e morros, dando origem às primeiras favelas no país.
Em 2020, o Brasil tem cerca de 54% da população formada por negros e cerca de 72% dos cargos de gestão ocupados por brancos, conforme dados do IBGE. De lá pra cá se foram 132 anos, e a diferença de oportunidades continua. Só em 2018, pela primeira vez os negros foram a maioria em universidades públicas, com 50,3% e 46,6% nas instituições privadas. A data é só uma oportunidade para que essa população, que não pode ser chamada de “minoria”, mostre suas qualidades e seu valores. Cada vez mais é necessário lutar contra o racismo estrutural e o preconceito velado presente em nosso país e no resto do mundo. A APCEF/MG endossa essa ideia e parabeniza a população negra e todos os que lutam diariamente por um mundo com mais equidade, respeito, igualdade e oportunidades.
Departamento de Comunicação da APCEF/MG