Foram reduzidos 2.608 postos de janeiro a setembro
A Caixa Econômica Federal obteve lucro líquido R$ 998,1 milhões no terceiro trimestre de 2016. De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira (14) o acumulado de janeiro a setembro foi de R$ 3,4 bilhões, redução de 47,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os maiores bancos públicos e privados do país também registraram retração: Banco do Brasil (-40,5%), Itaú (-9,8%) e Bradesco (-4,3%).
“O que percebemos claramente é um encolhimento da atuação da Caixa, que tem um papel social importantíssimo para os brasileiros, especialmente para os mais carentes e na execução de políticas públicas. O que tem prevalecido são os esforços para racionalizar gastos. Ninguém é contra a cultura da economia, mas que isso não seja feito às custas dos empregados e nem do país”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
Fabiana Matheus, diretora de Administração e Finanças da Federação, diz que a realidade tem sido mais perversa a cada dia com os trabalhadores. “A Caixa ampliou em 3,48 milhões o número de clientes. Enquanto isso, reduziu 2.608 postos de trabalho em relação a setembro de 2015. Esse movimento, que já ocorre há mais de um ano, aumenta a sobrecarga sobre a categoria. Por isso, a luta por melhores condições de trabalho e contratações não para”, frisa.
FGTS
A arrecadação do FGTS atingiu R$ 88,3 bilhões nos nove meses de 2016 e os saques, R$ 78,9 bilhões. Em setembro de 2016, eram 150,8 milhões de contas vinculadas. Desde a criação do Fundo, mais de R$ 426 bilhões foram aplicados em obras de moradias populares, rodovias, portos, hidrovias, aeroportos, ferrovias, energia renovável e saneamento básico. Mais de 4 mil municípios brasileiros (73%) já tiveram obras financiadas com recursos do FGTS.
Como operador dos recursos do FGTS, a cada 10 minutos a Caixa viabiliza o pagamento para cerca de mil trabalhadores. São 60,6 mil pontos de atendimento espalhados pelo Brasil e no exterior, que atendem mais de 10 milhões de usuários permanentemente. “Esses são apenas alguns dos motivos pelos quais defendemos que o Fundo continue sendo gerido exclusivamente pela Caixa”, frisa Jair Pedro Ferreira.
Pagamento de benefícios
Ainda segundo os números divulgados nesta segunda-feira, a carteira de crédito ampliada cresceu 5% em 12 meses, atingindo o saldo de R$ 699,6 bilhões. Destacaram-se a carteira habitacional e a de infraestrutura, que cresceram, respectivamente, 6,7% e 13,8%. A Caixa detém 66,77% do mercado de crédito habitacional (saldo de R$ 401,5 bilhões), com inadimplência baixa, em torno de 2%.
Na área social, ao final de setembro, foram pagos cerca de 123,4 milhões de benefícios sociais, correspondendo a R$ 20,9 bilhões. Só do Bolsa Família foram 119,1 milhões de benefícios e R$ 20,1 bilhões. Em relação aos programas voltados ao trabalhador, foram 123,8 milhões de pagamentos, que totalizaram R$ 179,5 bilhões. As aposentadorias e pensões aos beneficiários do INSS totalizaram 49,0 milhões de pagamentos, somando R$ 59,2 bilhões até setembro.