Novembro Azul: tudo sobre a campanha e sua importância contra o câncer de próstata

Por Carolina Marçal
Institucional
3 de novembro de 2021

Assim como a maioria das doenças, o câncer de próstata pode ser evitado e prevenido com a realização de determinadas atividades e com o ‘exame de toque’

Tem sido cada vez mais comum ver homens se tornarem extremamente vaidosos. Assim, eles estão se preocupando mais com sua aparência física e demais habilidades. Essa mudança foi evoluindo ao longo dos anos até chegar nos dias de hoje. Contudo, essa transformação aconteceu apenas na parte visual. Isso porque, desde que o mundo é mundo, os homens tendem a ir menos ao médico.

E já sabendo disso, em 1999, um grupo de australianos deixou o bigode crescer como forma de chamar atenção para a saúde masculina. Com a atitude e as ações que realizaram, tudo que foi arrecadado pelos amigos da Austrália, se transformou em doação para instituições de caridade. Depois de um tempo, foi criada a ‘Movember Foundation Charity’, traduzida para Fundação de Caridade Movember, que é a junção das palavras Moustache (bigode) e November (novembro). Por isso, o símbolo da campanha é uma fita azul fundida a um bigode.

Em 2008, a campanha de prevenção ao câncer de próstata chegou ao Brasil através do Instituto Lado a Lado pela Vida em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia. O objetivo das instituições era, e ainda é, “promover uma mudança de paradigmas em relação à ida do homem ao serviço de saúde”.

Foto: Reproção/Pixabay
O câncer de próstata
Foto: Reprodução/Instituto Nacional do Câncer

A próstata é um órgão presente apenas no corpo masculino e faz parte do sistema reprodutor. A glândula, que está localizada na frente do reto, abaixo da bexiga e envolvendo a parte superior da uretra, é muitas vezes esquecida ou ignorada. Porém, não deixa de exercer um papel fundamental na qualidade de vida dos homens.

Entre as suas funções, a próstata é quem produz o líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides. Além disso, a glândula também promove o regularização do metabolismo hormonal e permite um fluxo urinário normal, ou seja, orienta a urina no sentido certo até à sua eliminação.

Ao se formar nas células do órgão, o câncer de próstata pode crescer de maneira lenta e não dar sinais ou ameaçar a saúde do homem. Porém, em outros casos, pode crescer rapidamente, se espalhar para os demais órgão e ser fatal.

No Brasil, a doença é a segunda mais comum entre os homens. No ano passado, o Brasil teve, aproximadamente, 65.840 casos, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer). E em 2019, ainda segundo a instituição, foram 15.983 óbitos no país. Outro fato relevante é que o câncer de próstata é considerado uma doença da terceira idade, já que 75% dos pacientes no mundo têm mais de 65 anos.

Mas isso não significa que a doença não possa se manifestar antes. Existem fatores que aumentam o risco de diagnosticar a doença, além da idade avançada, a partir dos 45 anos, como o histórico familiar, o sobrepeso e a obesidade. Porém, também há maneiras de prevenir o câncer, especialmente através da prática de atividades físicas, manter uma alimentação saudável e o peso corporal adequado, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

Sintomas, diagnóstico e tratamento

Médicos e especialistas da doença, afirmam que na fase inicial o câncer de próstata costuma não se manifestar. Mas, quando há sintomas, os mais comuns são:

Foto: Reprodução/INCA

Para diagnosticar o câncer de próstata, é necessário dois tipos de exame. O primeiro deles, e o mais temido, é o exame de toque retal que, para avaliar tamanho, textura e forma, o médico introduz o dedo protegido por luva e lubrificado no reto para palpar as regiões laterais e posterior do órgão. O outro exame é o PSA, um exame de sangue que mede a quantidade de uma proteína produzida pela próstata, que se estiverem em níveis altos, pode significar o câncer ou outras doenças benignas.

Após ser diagnosticada, e for percebido que a doença não se espalhou para outros órgãos, os médicos recorrem a cirurgia, radioterapia e observação vigilante. Se o caso for mais grave e o câncer não for apenas na próstata, é necessário radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal.

O tratamento mais adequado é uma escolha individual e definida após o médico informar os riscos e benefícios de cada um para o seu paciente.

Quebre o tabu: hora de ir ao médico!

Desde os primórdios, os homens são criados para não se importarem com sentimentos e saúde, seja ela física ou mental. Passando de geração para geração, essas atitudes transcorrem até os dias atuais e faz que o sexo masculino ache que ir ao médico com regularidade está mais relacionado à frescura do que com cuidados.

Mesmo o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) informando que, entre 2016 e 2020, houve um aumento de homens procurando médicos de 49,9% (o salto foi de 425 milhões de atendimentos para 637 milhões), o Programa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 mostrou que 76,2% da população brasileira foi ao médico, sendo que a proporção maior de pacientes era de mulheres.

O Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), em parceria com Veja Saúde, realizou uma pesquisa também em 2019 com 2.405 brasileiros e destes, apenas 33% disseram ir ao médico para consulta de rotina uma vez ao ano e 26% afirmaram que só o fazem quando se sentem mal.

A campanha do Novembro Azul surgiu justamente para quebrar todos esses tabus. Começando na Austrália e se espalhando pelo mundo ao longo dos anos, a luta para a prevenção do câncer de próstata tem ganhado cada vez mais visibilidade e, aos poucos, mudando a mentalidade do seu público alvo. Marilene Oliveira, presidente do instituto LAL, afirma que “o foco está na saúde integral do homem, é preciso ir além do físico e ter atenção também para o emocional”.

Confira mais informações primordiais no vídeo abaixo:

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