Um mês bicolor de conscientização e saúde

Por Carolina Marçal
Institucional
6 de dezembro de 2021

Conheça as informações importantes sobre cada uma das campanhas e qual é o objetivo de cada uma delas

Ao longo do ano, apresentamos as campanhas da área da saúde referente à alguma doença, especialmente ligada ao câncer. Mas, você sabe o significado dessa palavra e de onde ela surgiu?

A palavra ‘câncer’ vem do grego karkínos, que significa “caranguejo”. De acordo com Galeno, importante médico romano, o nome da doença foi dado porque as veias intumescidas que circundam a parte afetada tinha a aparência das patas de um caranguejo. Segundo pesquisas, este termo foi utilizado pela primeira vez por Hipócrates – o pai da medicina – na Grécia.

E para completar o calendário colorido das campanhas anuais, neste mês temos o Dezembro Laranja, que combate ao câncer de pele. Porém, o último mês do ano vai muito além desta doença. Referente à luta contra o HIV, temos o Dezembro Vermelho.

Dezembro Laranja

Criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o Dezembro Laranja tem como principal objetivo estimular a sociedade na prevenção contra o câncer de pele. A doença é o tumor com maior incidência no Brasil.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2016, foram cerca de 181 mil novos casos. Devido aos altos números da doença durante o ano, a SBD promoveu ações que ressaltem a importância do autocuidado e do uso de protetor solar, óculos de sol e bonés, não só em dezembro, mas ao longo de todo o ano.

Imagem: Reprodução/Pixabay

O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõe a pele, o maior órgão do corpo humano. No total, existem dois tipo da doença: o melanoma, que ocorre quando as células produtoras dos pigmentos que dão cor à pele tornam-se cancerígenas, e o não-melanoma, que surgem nas células basais ou nas escamosas tão preocupantes quanto a melanoma.

Fatores de risco da doença:

  • Exposição excessiva ao sol;
  • Histórico prévio da doença na família;
  • Pessoas de pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros;
  • Fatores genéticos;
  • Pessoas que trabalham frequentemente expostas ao sol sem proteção adequada;
  • Pintas escuras;
  • Características imunológicas;
  • Idade;
  • Bronzeamento artificial de má qualidade ou feito com frequência exagerada.

Sintomas:

  • Lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • Pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • Mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Prevenções:

  • Evitar exposições prolongadas aos sol entre 10h e 16h;
  • Usar proteções adequadas, como bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros, barraca e filtro solar adequado para o seu tipo de pele;
  • Em caso de pintas e sinais suspeitos, procurar um dermatologista e seguir as recomendações do médico.
Imagem: Reprodução/Pixabay

Diagnósticos e tratamento:

O diagnóstico precoce é importante para evitar que a doença se espalhe e impede que o paciente se submeta a tratamentos mais intensos, como quimioterapia, terapia alvo e/ou imunoterapia.

Por isso, quanto mais cedo diagnosticado, melhor e maior as chances de recuperação. Caso o câncer seja identificado na fase inicial, ele pode ser tratado com cirurgia de remoção da lesão para que o tumor não se manifeste mais. De todos os tratamentos, este é considerado o mais simples e menos agressivo.

Campanha de 2021

Este ano, o tema da campanha do Dezembro Laranja é “Adicione mais fator de proteção ao seu verão!”, organizada pela Sociedade Brasileira de de Dermatologia (SBD). E a maior preocupação da instituição em 2021 é que a queda dos índices de morte e infecção da Covid-19 esteja diretamente relacionado ao descuido da sociedade e praias e lugares abertos voltem a ser ocupados com muito mais intensidade.

Sendo assim, além do álcool em gel, máscara e distanciamento social, a campanha reforça que todos também excutem as práticas de fotoproteção.

Dezembro Vermelho

É uma das campanhas mais recentes que temos em nosso país, mas é também uma das mais necessárias, mesmo a doença matando milhões de pessoas no mundo, principalmente nos anos de 1980 e 1990, quando ainda era pouco conhecida. Criada e aprovada pela lei em 2017, o Dezembro Vermelho é uma mobilização na prevenção ao HIV/Aids e demais infecções sexualmente transmissíveis.

Mesmo que no Brasil esta campanha seja recente, no mundo ela já persiste desde 1988. O dia 1° de dezembro é conhecido como Dia Mundial de Luta contra a Aids e foi estabelecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) explica que “esta data constitui uma oportunidade para apoiar as pessoas envolvidas na luta contra o HIV e melhorar a compreensão do vírus como um problema de saúde pública global”.

De acordo com a Secretaria de Saúde, cerca de 38 milhões de pessoas vivendo com a doença no mundo. Dessas, aproximadamente, 1,7 milhão são crianças de até 14 anos. Os dados são referentes ao ano de 2020. Durante esse mesmo período, 1,5 milhão de indivíduos foram infectados e 690 mil óbitos registrados.

Já no Brasil, estima-se que 920 mil pessoas vivem com o HIV/Aids, sendo que 89% dessas foram diagnosticadas e 77% estão em tratamento. Por outro lado, em 2019, cerca de 41.909 novas pessoas foram infectadas e 10.565 foram à óbito.

A Aids é a síndrome da imunodeficiência adquirida que domina o conjunto de sintomas e infecções resultantes dos danos causados no sistema imunológico pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O microrganismo é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo.

Este ano, em 2021, a campanha ressalta o lema: “Diga não ao preconceito. Previna-se! Faça o teste! HIV tem tratamento e a Aids pode ser evitada”. O que as pessoas não sabem, ou têm medo de admitir, é que há possibilidades do portador do vírus ter uma qualidade de vida muito alta.

Foto: Reprodução/Pixabay

Transmissão:

  • Sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha;
  • Uso de seringa por mais de uma pessoa;
  • Transfusão de sangue contaminado;
  • Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
  • Instrumentos que furam ou cortam e não estão esterilizados.

Sintomas:

Segundo o Ministério da Saúde, quando ocorre uma pessoa é infectada pelo vírus causador da Aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é então que começa a 1ª fase, também conhecida como infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas e o organismo leva de 30 a 60 dias, após a infecção, para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.

A fase seguinte é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas, isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, já que os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático.

Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.

A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, procure uma unidade de saúde imediatamente, informe-se sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e faça o teste.

Principais Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST):

Elas podem ser causadas por vírus, bactérias ou demais microrganismos. A expressão substitui a ‘Doenças Sexualmente Transmissíveis’ (DST) porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.

  • Herpes genital;
  • HPV;
  • Doença Inflamatória Pélvica (DIP);
  • Gonorreia;
  • Sífilis;
  • Tricomoníase, etc.

Prevenção:

  • Uso de camisinha (masculina e feminina);
  • Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP): consiste na ingestão diária de um comprimido que impede que a doença infecte o organismo, mesmo que a pessoa tenha tido contato com o vírus;
  • Profilaxia Pós-Exposição (PEP): indicada para aqueles que passaram por uma situação de risco e precisam fazer uso de medicamento em até 72 horas após a exposição, devendo ser continuado por 28 dias.

Diagnóstico precoce e tratamentos:

As autoridades máximas de saúde recomendam que, as pessoas que possuem uma vida sexualmente ativa, realizem regularmente testes para a detecção do vírus. Estes, são rápidos, práticos e simples, já que não exigem estruturas laboratoriais. Após a coleta de uma gota de sangue, o resultado sai em até 30 minutos, no máximo.

Caso o teste seja positivo, o paciente esteja infectado, o tratamento tem início imediato e sem custos, já que os medicamentos dos “coquetéis” são fornecidos pelo governo do país.

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