Setembro Amarelo: a importância de saber que nunca se está sozinho

Por Carolina Marçal
Institucional
16 de setembro de 2021

O mês reforça os cuidados para com o ser humano e a saúde mental de cada um

Imagem: Reprodução/Freepik

Parece que, por vezes, é regra da vida perder algo ou alguém importante para dar valor. Ou até mesmo presenciar um momento negativo para que algo bom seja feito logo em seguida. E em 1994 não foi diferente. Em setembro daquele ano, o jovem Mike Emme, de apenas 17 anos, cometeu suicídio nos Estados Unidos.

Por causa do Mustang 68 amarelo que Mike tinha, seus pais decidiram distribuir fitas amarelas juntos com um cartão no velório do filho. O bilhete continha frases de apoio e motivação para ajudar quem também tivesse problemas emocionais.

A atitude dos pais do rapaz acabou desencadeando no movimento de prevenção ao suicídio que conhecemos hoje e até os dias atuais, a fita amarela permanece como símbolo da campanha. Só em 2015, 21 anos depois, que o ‘Setembro Amarelo’ foi adotado aqui no Brasil através do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Não é frescura!

Existe todo um desencadeamento e fatores até que a pessoa chegue ao suicídio. E a principal delas é a depressão. Ambos os assuntos são por muitas vezes considerados como tabus pela sociedade, como se não fosse importante falar ou fazer algo em relação à saúde mental do próximo. Além disso, a depressão e demais doenças psicológicas (sim, doenças!) são ditas como frescuras pelo senso comum. Mas não são.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. O que quer dizer que, em um ano, mais de 800 mil pessoas perdem sua vida por esses métodos. Ainda segundo a instituição, o suicídio foi a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos, em 2016.

Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentam estudos apontando que, entre 2014 e 2020, o percentual de brasileiros que receberam o diagnóstico de depressão aumentou em 34,2%. Além disso, também foi registrado que o índice de indivíduos que sofrem com a doença nas áreas urbanas é cerca de 4% maior do que nas áreas rurais.

Porém, os dados mais importantes vem a seguir. Segundo o instituto, 15% das pessoas deprimidas dão fim à vida e cometem o suicídio. Outro ponto é que menos de 20% dos diagnosticados frequentam a psicoterapia e mais da metade dos brasileiros com depressão não fazem o uso de medicamentos ou o tratamento adequado.

Os números remetem ao senso comum. A ausência de ajuda, da maneira correta, por essas pessoas passa muito pelas falácias e julgamentos sociais. Acreditar que a depressão é apenas um estado de tristeza profunda ou que é só uma desculpa para justificar um drama ou preguiça, faz com que esses possíveis pacientes se escondam ainda mais dentro de si e evitem a comunicação sobre suas angústias.

Sintomas da depressão, segundo o site Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva:

  • Manter-se triste durante a maior parte do dia, frequentemente
  • Perda do interesse em atividades rotineiras
  • Excesso ou falta de sono
  • Perda ou ganho de peso
  • Irritação e cansaço o tempo todo
  • Fraqueza
  • Sentimentos de inutilidade, culpa e falta de esperança
  • Dificuldade para se concentrar, tomar decisões ou se lembrar das coisas
  • Pensamentos frequentes de morte e suicídio
Imagem Pixabay
CVV

O Centro de Valorização à Vida (CVV) é uma Organização Não Governamental (ONG) que atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188, chat do site, e-mail e pessoalmente. Fundada em 1962, em São Paulo, conta com cerca de 4mil voluntários nos mais de 120 postos de atendimento, que atuam de forma gratuita e durante 24 horas por dia, nos 365 dias por ano.

Um dos principais meios de ajuda contra a depressão e o suicídio, o CVV conversa com as pessoas sobre tudo que lhes afligem: sentimentos, dores, descobertas, dificuldades e alegrias. Acima de tudo, a ONG preza pelo sigilo, respeito, aceitação, confiança, compreensão e, o mais importante, o valor à vida.

Acesse o site CVV e conheça mais do trabalho deles.

“Não é drama, não é chamar atenção, nem é a falta de Deus e muito menos frescura. Não julgue a dor que não é sua. Respeite!”

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