No último sábado, 1º de maio, foi o comemorado o Dia do Trabalhador. A data foi intitulada após várias greves de trabalhadores em Chicago nos Estados Unidos em 1886, que protestavam por melhores condições e redução da jornada de trabalho, que chegavam a 17 horas diárias. Por consequência, uma série de manifestações se espalharam em vários países que desencadeou uma revolução nos moldes de trabalho da época por todo o mundo. O primeiro país a ceder aos protestos foi a França, reduzindo o tempo de trabalho e determinando o 1º de maio como dia para lembrar essas e outras conquistas de trabalhadores em 1919.
Outros países seguiram o mesmo caminho e no Brasil, o então presidente presidente Arthur da Silva Bernardes, assinou o decreto 4.859 de 26 de setembro de 1924 que promoveu a data citada como feriado e anunciou novos direitos para a classe trabalhadora, como reajuste anual e jornada de trabalho de 8 horas diárias. Mais tarde, já no governo de Getúlio Vargas, houve a instituição da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), a carteira de trabalho e a criação da justiça do trabalho, voltada para assuntos específicos dessa área.
Paulo Roberto Damasceno, presidente da APCEF/MG, ressalta que de 1886 para cá o mundo sofreu transformações importantes e novas relações de trabalho foram estabelecidas, mas a luta por melhores condições permanece a mesma. “Desta forma o Dia do Trabalhador é, também, uma reflexão sobre o papel de cada um de nós, trabalhadores, na construção de uma sociedade mais justa e igualitária e no quanto estamos dispostos a contribuir para que este objetivo seja atingido”, enfatiza.
Damasceno reforça a importância de trabalhadores da linha de frente na atual situação enfrentada pelo país. “Neste 1º de maio de 2021 prestamos uma homenagem a todos os trabalhadores e trabalhadores, com uma menção especial àqueles que estão na linha de frente do enfrentamento ao Covid-19, aos bancários e bancárias da Caixa e aos familiares das vítimas dessa pandemia”, finaliza.
A luta dos bancários e bancárias
É sempre importante ressaltar o empenho dos milhares de empregados Caixa da ativa, que estão se desdobrando na linha de frente para garantir o pagamento do auxílio emergencial e outros benefícios à população brasileira, e também os aposentados, que tanto contribuíram para o desenvolvimento do banco 100% público, como ele deve sempre continuar sendo. Ao longo das décadas, os empregados Caixa travaram várias batalhas para garantir seus direitos, deixando um legado aos mais jovens que ingressaram no banco. Nesta data especial para os trabalhadores, relembramos dois grandes marcos que fortaleceram o movimento da categoria:
Greve pela jornada de seis horas: em 30 de outubro de 1985, os empregados da Caixa deflagraram greve nacional pela efetivação da jornada de seis horas e pelo direito à sindicalização. Naquela ocasião, os braços foram cruzados para que os trabalhadores do banco fossem reconhecidos, de fato e de direito, como integrantes da categoria bancária. Após forte pressão, a lei foi sancionada pelo então presidente José Sarney em 17 de dezembro de 1985.
A luta pela readmissão de 110 empregados: em 1991 houve uma reformulação no governo do presidente Fernando Collor de Mello e 110 funcionários da Caixa foram demitidos, mesmo após terem concluído estágio probatório, não poupando nem mulheres que estavam de licença-maternidade. Cerca de 30 empregados eram de Belo Horizonte, e juntamente com outros demitidos tiveram seus salários pagos por outros colegas do banco por mais de um ano. E não parou por aí: a categoria se mobilizou, pressionou e protestou até que todos fosse reintegrados às suas funções. A confirmação real do lema “a união faz a força” vivida na prática, entrando para a história dos bancários e bancárias.
Em 2020, o episódio foi relembrado e virou um filme dirigido pela cineasta Maria Augusta Ramos. O documentário “Não Toque em Meu Companheiro” contou com depoimentos dos próprios personagens dessa grande história de companheirismo profissional e está disponível nas plataformas Youtube Movies, Google Play e Now Online. Confira o trailer do filme:
Outros conquistas importantes que merecem ser ressaltadas: fim do trabalho aos sábados, ATS (Adicional por Tempo de Serviço), participação nos lucros por resultados, vale-refeição, reajuste acima da inflação, auxílio creche e muitos outros. Tudo isso só foi possível com muita luta e mobilização dos empregados Caixa, Fenae, Apcefs, sindicatos e demais entidades representativas. Deixamos aqui os nossos parabéns a todos os empregados e empregadas da Caixa! Várias outras lutas continuam, e estaremos sempre juntos na busca das melhores condições para essa categoria tão importante para o país.
Departamento de Comunicação da APCEF/MG
